segunda-feira, 9 de novembro de 2009

FILOSOFIA E ESTÉTICA



A Arte e Filosofia
1- Fundamentos da Estética: Um dado Natural

Entender os fundamentos da Estética é dentre outras coisas se colocar diante de um questionamento que permeia toda a história da filosofia. No entanto, pensar a estética é de outra forma, pensar a tendência do que seja o Belo diante de uma determinada ação que em si pode receber características culturais, sociais, políticas e assim sucessivamente no que tange a arte da poesia, do julgar, do pintar, do persuadir, da musicalidade, do explorar, do significar, do reproduzir, do criar e assim por diante.
Reflexivamente é um tanto que interessante familiarizarmos com alguns termos específicos, a saber, a de que a Estética possui de toda uma linguagem especifica em geral. Além disso, é interessante percebermos que encontramos tal noção acima formulada desde a idade antiga, no entanto aqui jaz uma definição quanto à definição do campo artístico, a saber, a de que toda obra de arte carrega em si uma intenção que pode obedecer a um caráter metafísico de purificação, esta conhecida como catarse.
A palavra catarse no contexto do mundo grego quer significar purificação. Era comumente usada nos teatros, donde determinadas interpretações tornavam-se fatos próprios da vida, haja vista, que a mesma gerava reações sobre as pessoas. Para tanto veja abaixo o gráfico que demonstra a noção de catarse.




O individuo dentro do seu contexto histórico adquire uma forma para sua vida, deste modo, a forma e a criação passa a ser reproduzível. Conforme podemos notar o momento da criação é único, é catártico, já que o indivíduo deverá ter adquirido experiências positivas e negativas que serão sumamente purificadas no momento e na origem da arte.
Para haver a catarse deve haver uma coletividade diante da obra. Sendo assim a obra se tornará um retrato histórico, de modo específico, a história gera a obra e a obra se torna um retrato da história. Assim podemos nos perguntar sobre o porque da purificação na natureza e no homem? A resposta esta na própria arte na própria purificação humana que em sua liberdade manifesta-se em nas mais variadas formas. Assim a catarse nasce da mais intima liberdade da pessoa que projeta em uma determinada ação a própria purificação interna do seu ser. Perceba que para que ocorra tal manifestação faz-se necessário certo individualismo, é preciso que o artista em questão saiba quem seja se conheça, para que em seu âmago retire as aderências históricas seguindo todo o sentido puro de sua alma na obra. A partir daí dará a sua obra identidade. No entanto, esta mesma obra de arte não pode ficar parada no individualismo, neste caso, é necessário outro elemento, e, é aqui que adentramos no contexto coletivo donde a forma obedecerá a esta vontade do mostrar-se, do purificar-se. A catarse liberta o ser humano da escravidão inconsciente para uma libertação consciente.
Percebe-se deste modo que se ausentar dos fundamentos da Estética é de certa forma negar a própria vida enquanto ação livre, raciocínio, reflexão, julgamento, beleza, dom, arte e assim por diante.
A criação artística, por exemplo, nasce por uma função, a saber, “a fabricação de princípios” como a própria instrumentalização para a caça, donde é o próprio raciocínio quem dará a criatividade necessária para a forma aplicável de sua necessidade, assim teremos não mais um; mais vários instrumentos específicos cada qual com sua função. Um pouco mais a fundo, com o raciocínio e o sentimento o homem encontra-se diante do medo e da própria racionalização, assim passa a criar instrumentos transcendentais que tem por função a arte de trazer a coragem como garantia de sobrevivência, o homem começa a ter em si aspectos religiosos ganhando em sua vida sinais de purificação. Prova disso, são as gravuras que este homem reproduzia nas cavernas, gravuras estas que tem por função demonstrar o grande momento da vida como a caça sinal de perigo, mas também de sobrevivência a precária vida nas cavernas. È dentre outras definições, a própria simbolização da vida que vai acontecendo, cujos fundamentos práticos, naturais, sentimentais, antagônicos como nascimento e morte vão sendo pouco a pouco significados. Contudo, ainda há muito que descobrir neste campo, para tanto adentremos um pouco no ambiente Grego, em especial ao da filosofia nascente.




2-A filosofia Nascente: “A Estética do Belo”

Primeiramente gostaria de relatar a localidade grega, se você observar o mapa poderá notar que a Grécia é uma mão semelhante a um esqueleto, estendendo seus dedos curvos pelo mediterrâneo. Consulte novamente o mapa e verá Atenas uma das maiores cidades da Grécia, localizada mais para o Oriente. A sua localização é de destaque para uma ambiente comercial, já que esta pode ser muito bem classificada como porta para os gregos que saíam em direção às movimentadas cidades da Ásia Menor e através da qual essas cidades mais antigas enviavam seus artigos de luxo e cultura a então Grécia adolescente. De outro modo, é digno de nota afirmar que, seja pelo método, ou pelo conceito, a filosofia é considerada pelo menos pela maioria dos estudiosos como uma característica própria do gênio dos gregos. Sendo assim sabemos que a superioridade dos gregos frente a outros povos não é de caráter quantitativo, mas exprime uma forte marca qualitativa frente a uma amplitude Universal, em suma os gregos criaram uma construção racional orgânica indo muito mais além dos objetivos predominantemente práticos aos quais os demais povos parecem ter-se limitado, a saber, os egípcios, os babilônicos.
Fato relevante é que este salto qualitativo da cultura Grega deve-se em virtude daquele espírito “teorético” animado pelo amor ao conhecimento puro, aspectos próprios da cultura grega.
Segundo alguns historiadores a filosofia tem data de nascimento e local, afirmam que ela teve seu inicio pelo final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias Gregas da Ásia Menor (particularmente aquelas que formavam a região denominada Jônia), na cidade de Mileto e o seu primeiro filósofo seria Tales de Mileto.
Em suma a filosofia surgiu quando se descobriu que o mundo não era tão fantasioso e ao mesmo tempo misterioso, secreto e mítico, do qual precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecido por todos através do processo de racionalidade.
Esta racionalidade da à filosofia três conotações relativas, que mudarão toda a forma de pensar do homem grego, estas são, o seu conteúdo, método, e objetivo.
A lembrança de Heráclito nos faz pensar sobre o nosso ser. Quem somos? Os de ontem, os de hoje, os de amanhã... os de nunca?
Heráclito viveu em Éfeso por volta dos séculos VI e V a.C. considerado como o filósofo do devir, pois em sua teoria compreende que os filósofos de Mileto haviam notado dinamismo universal das coisas, que nascem, crescem e perecem. Para Heráclito
tudo se move, nada permanece imóvel e fixo, tudo muda e se transmuda sem exceção, segundo, Heráclito, o fogo é o elemento primordial de todas as coisas. Tudo se origina por rarefação e tudo flui como um rio. O cosmos é um só e nasce do fogo e de novo é pelo fogo consumido, em períodos determinados, em ciclos que se repetem pela eternidade.
Contrariamente a Heráclito surge Parmênides fundador da escola eleática viveu por volta da segunda metade do século VI e primeira metade do século V a. C. Parmênides representa o oposto ao pensamento humano de Heráclito. Para ele, é a mudança e o movimento que são ilusões. O devir não passa de uma aparência. São nossos sentidos que nos levam a crer no fluxo incessante dos fenômenos. O que é real é o Ser único, imóvel, imutável, eterno e oculto sob o véu das aparências múltiplas. O Ser é, o não-ser não é, significa: o ser eterno, substância permanente das coisas, por conseguinte, imutável e imóvel, é o único que existe. O não-ser é a mudança, pois mudar é justamente não mais ser aquilo que era e tornar-se aquilo que não é ainda. Foi para defender essa tese que o discípulo de Parmênides, Zenão de Eléia, criou uma série de argumentos chamados "paradoxos de Zenão", cujo objetivo era a refutação, por redução ao absurdo, do pluralismo e do mobilismo, procurando mostrar os paradoxos envolvidos na idéia de movimento. A filosofia de Zenão é, em seu conteúdo, inteiramente igual à Xenófanes e Parmênides, apenas com esta diferença fundamental, que os momentos e as oposições são expressos mais como conceitos e pensamentos. Já em seu elemento tético vemos progresso; ele já está mais avançado no sobressumir das oposições e determinações. No entanto adentramos um pouco mais a fundo.
Passando pela filosofia dos sofistas, encontramos o moralismo socrático que será pertinente ao nosso estudo de estética pelo aprofundamento dado pelo discípulo Platão que desdenhará uma noção um tanto que específica de Belo. No entanto, faz-se necessário compreendermos a noção que o grego tinha da estética dentre ela vale lembrar que esta noção fazia luz a toda a didática de ensino, de outro modo, sabe-se que a civilização Grega deve aos povos indio-europeus, helenos, aqueus, dórios entre outros, os aspectos mais originais de sua literatura. Foram deles a primeira criação poética, a criação dos deuses e de suas lendas, conhecidas até hoje. Como exemplo pode-se citar os poemas homéricos, que fazem referência ao povo aqueu. Ao longo de sua história, a literatura grega teve várias fases e gêneros e, por isso, geralmente é, dividida em três grandes gêneros: Poesia épica ou epopéia: conta a história dos heróis e suas façanhas; Poesia Lírica: possuí origem nos antigos hinos, que eram dedicados aos deuses; Teatro: tem o objetivo de emocionar o público, fazendo-o acreditar que tudo o que acontece durante a peça também pode acontecer na vida real.
Para bem situar nosso caro leitor em nosso objetivo de estudo equivale fazer a seguinte pergunta básica, mas o que realmente tem tudo isso a ver com Estética?
È interessante que a esta altura o estudante de estética tenha em mente que a filosofia nascente se preocupava com o mundo como um todo, haja vista, que é a filosofia que retira o homem fantasioso para o homem racional que busca reproduzir e até mesmo criar o mundo segundo a ordem do que vê e sente.
Conforme havíamos prometido, é Platão quem desdenhara uma idéia um tanto que interessante acerca do belo, segundo o pensador a filosofia é a arte que deve arremeter ao belo, ao perfeito, pois, é este mundo uma representação do mundo perfeito, o mundo das idéias. Adentremos um pouco na lembrança platônica.

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